sábado, 29 de dezembro de 2012

O Cubo


O cubo é, realmente, uma coisa intrigante. Uma única palavra que dá significado a várias coisas diferentes. E não são apenas diferentes; chegam a ser opostas.
Não é como a folha – de árvore e de papel – ou a manga – da camisa ou fruta -. É como um objeto quadrado, com seis lados iguais, que pode até se transformar em um cubo mágico ou um cubo de um instrumento de corda (amplificador), o cubo redondo de uma roda de carro ou à potência elevada ao cubo.
Quem não sabe a que tipo de cubo está se referindo, mal saberá qual cubo receberá. O cubo não é como a rosa, vermelha, ou como a laranja amarela da casca verde. O cubo só pode ser o cubo ou o cubo. Não tem meio cubo.
Se o cubo é quadrado, redondo ou elevado à potência, depende do contexto, mas o cubo nunca fica oculto. Sempre quer mostrar seu valor; sempre quer ser mais. Quer se destacar de alguma forma.
O cubo é diferente, é oposto a si mesmo.
Vai um cubo de gelo aí?

domingo, 14 de outubro de 2012

Honestidade É Poder?

Ultimamente, quando um político demonstra boa índole, o povo já o aclama para governador, presidente ou rei do mundo. Mas será que honestidade é o suficiente para uma pessoa ser um bom político?



O primeiro exemplo é o deputado federal José Antônio Machado Reguffe. Muito conhecido em Brasília por sua honestidade, foi contra e recusou o reajuste salarial fenomenal que os políticos votaram para si, além dos benefícios e número de assessores do gabinete. Isso deixou muitos políticos revoltados com sua atitude. É a favor da Lei da Ficha Limpa, ao contrário de muitos e por aí vai...



O segundo exemplo é o Ministro Joaquim Barbosa, que vem se revelando nos julgamentos que tem participado, como os do Mensalão, condenando os envolvidos, ao contrário do Ministro Lewandowski que, demonstrando sua grandiosa bondade no coração, tem absolvido muitos dos envolvidos das acusações.


Acostumados com tantos esquemas de corrupção e tanta notícia de políticos sujos, quando aparece um político demonstrando o mínimo de honestidade e boa índole, o povo já o idolatra.
O povo de Brasília aclama Reguffe como o próximo governador do DF e o povo do Brasil já anuncia Joaquim Barbosa como o próximo presidente da República.
Mas será que o que eles têm feito é o suficiente para tais cargos? Acho que não.
Um político precisa de aliados. Um governador ou um presidente que não possui muitos aliados está fadado ao fracasso. Acabará sofrendo com os golpes de seus inimigos, mais conhecidos como Oposição.  Quando um político que faz tudo rigorosamente correto, realmente pensando no povo e procurando punir quem está sujo, mostrando como nossos políticos são corruptos, acaba criando muitos inimigos, infelizmente.

Não é à toa que os políticos foram contra a Lei da Ficha Limpa. Quem não deve, não teme. Se eles se dizem tão honestos, por que temer tal lei? Percebendo que, se fossem contra a lei, estariam se sujando perante seus eleitores, votaram a favor; mas como tudo tem que ter uma condição, impuseram que a lei deveria valer somente a partir de seu vigor, não punindo o passado dos candidatos às futuras eleições. Ou seja: Se fez merda no passado, o importante é o que virá para o futuro.



Mas ainda assim, honestidade não é tudo. O político tem que ter malícia e, para adquirí-la, só com muito tempo de experiência. Com a malícia, se aprende com quem e como deve lidar, a hora certa para as coisas, quem realmente vai apoiá-lo, enfim, tem que saber vestir a pele de lobo para não ser devorado, sem perder sua boa conduta. Um bom político sabe onde pisa.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Do bolso à ignição ao bolso



Chave na ignição, rádio ligado,
Motor girando, pneu calibrado.
No painel, o conta-giros está inquieto,
Na pista, mantenho o curso reto.
A cada marcha, sinto o prazer em dirigir,
Pé no acelerador, faço o motor rugir.
Reduzo a marcha para entrar na curva,
Firme no asfalto de cor turva.
Sempre atento ao retrovisor,
Para não mudar de faixa, como um invasor.
Mãos firmes ao volante,
Guiando sempre avante.
E quando desembarco do meu carango,
Olho para trás e ainda fico o admirando.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Brasília e o Clima Perfeito



Brasília é uma terra de humidade muito baixa, boa parte do ano. Ficamos longos períodos sem chuva, muito calor e reclamações por todos os cantos. Quando resolve chover, chove muito, e as reclamações só mudam o discurso.
Mas há algum tempo, temos passado por um clima muito agradável. Poderia até dizer que é um clima perfeito para Brasília. Não está fazendo aquele calor absurdo, de noite faz um friozinho e, vez ou outra, chove. Considerando que já era para estarmos em período de estiagem, o clima está muito agradável.
E ainda tem gente que reclama... Não dá para entender isso. Gente que nunca está satisfeita com nada. Se está calor, reclama; se está frio, acha ruim; se chove, xinga; se não chove, fica morrendo; se junta tudo, fala que o clima não se decide. Quer o que, então? Que outra alternativa tem para o nosso clima? Vai entender...
Do jeito que está, estou achando excelente! Dá para aproveitar melhor os dias, sem desconforto. Podia ser assim sempre, mas como o Cerrado gosta de se contorcer, vamos aproveitar ao máximo, porque, daqui a pouco, essa mamata vai acabar.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

As Prioridades Dos Nossos Representantes


Fico impressionado com a velocidade dos parlamentares em aprovar e desaprovar qualquer coisa que seja de seu interesse. Aumento do próprio salário, dos benefícios e tudo mais.
A última foi a legalização do uso das drogas. Agora, não é mais ilegal utilizar e portar drogas, desde que o porte seja para consumo próprio e desde que não ultrapasse uma quantidade suficiente para cinco dias. Pô! Cinco dias?! Se o cara anda com drogas suficientes para cinco dias, imagina o que não vai ter guardado? Ou será que ele carregaria tudo?
Agora, vem a outra questão. Quem vai fornecer essa droga “legal”? Os traficantes irão virar empresários? Vamos encontrar maconha nas padarias e supermercados? Como fica essa parte?
A marcha da maconha surtiu efeito... Mas quando a população faz marcha contra a corrupção, quando os professores, médicos e policiais fazem marcha por melhores salários e condições de trabalho, ainda são chamados de vagabundos! Aí tiram a foto de uns professores tomando uma latinha de cerveja durante a manifestação, comprada de um ambulante que está aproveitando a multidão para ganhar a vida e publicam na internet, condenando tal atitude.
Fico imaginando as notícias internacionais: “O Brasil legaliza a maconha. Agora, no Congresso Nacional, será criado um ‘maconhódromo’ para os parlamentares comemorarem mais uma conquista.” É... Essa piada não tem a menor graça.
O que realmente deveria ser levado a sério é arquivado, encarado como assunto irrelevante, descartado, afinal, político que se preze, não utiliza serviços públicos, não compra carros nacionais...
Pois é. Carros. Outro assunto complicado. As quatro maiores montadoras, estabelecidas no Brasil, pediram arrego para o governo, pois os importados estavam tomando boa parte da fatia no mercado, com seus carros mais baratos e mais equipados. Aí, o que o governo fez? Ao invés de diminuir os encargos para os carros nacionais, aumentou os impostos para os importados, tentando dificultar suas vendas no Brasil. Isso não ajudou os nacionais, só atrapalhou os importados. É assim que nosso governo pensa em resolver os problemas? Depois dessa atitude, o mercado automotivo esfriou e, agora, o governo resolveu diminuir um pouco os encargos, para tentar aquecer o mesmo. Só que isso é só uma distração. Temos tantos impostos que, mesmo exportando um automóvel para outro país, com todas as taxas e transporte, ainda assim, lá fora, os carros são bem mais baratos do que aqui. Como isso é possível?
E como, com tantos impostos, com tanto dinheiro que damos ao governo, ainda não temos os problemas resolvidos? Problemas básicos! Saneamento, saúde, segurança, educação, boas condições das vias públicas... Onde esse dinheiro todo vai parar? Bom... Para manter o alto salário dos políticos, temos que pagar altos encargos mesmo.
Boa parte disso tudo é nossa culpa, o povo brasileiro, que ficou muito tempo de braços cruzados. As coisas eram impostas e nós, simplesmente, aceitávamos, até por não termos outras opções. Mas antes tarde, do que nunca. O brasileiro está aprendendo a buscar seus direitos. Pelo menos, está aprendendo a reclamar muito do que não acha certo.
Só falta aprender a votar. Brasileiro adora fingir que se esqueceu dos erros dos políticos, quando eles prometem novas melhorias. Principalmente, quando as promessas vão influenciar diretamente seus interesses pessoais. E quando o cara está lá dentro, não cumpre com sua palavra. Aí chega um artista, sem bagagem política alguma, fala umas coisas engraçadas e é o deputado mais votado de todos os tempos. Uns dizem que esse é o voto de protesto, mas acho que isso não passa de um tiro no pé. Se for para votar assim, melhor votar nulo. A única forma de mostrarmos que não estamos satisfeitos com nossos representantes, é votando nulo, porque aí sim, vão ver que o brasileiro acordou. Não temos que aceitar tudo o que nos é imposto. Mas é claro que, para exigirmos nossos direitos, temos que saber correr atrás. E não é apenas compartilhando notícias pela internet, sem ao menos buscarmos as fontes e a veracidade de tal informação, que estaremos fazendo alguma coisa de útil.
Para mudar a cabeça do povo, tem que mudar certas coisas da cultura moderna. Esse “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas não funciona mais. Lá fora, somos conhecidos por tal atitude. O comodismo ainda é a melhor saída para os problemas, aliás, é a melhor forma de se enganar. É mais fácil fingir que não tem nada de errado e não lutar pelos direitos, do que sair da frente do computador e apoiar movimentos que defendem nossas causas.
E você? É do tipo que compartilha qualquer coisa ou vai atrás de informações para criar sua própria opinião?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Ignorância Não Tem Opinião Própria


Esse assunto surgiu de uma discussão que levantei na internet, devido à foto abaixo que está, aos poucos, ganhando proporções e adeptos à mediocridade de sua interpretação equivocada.

 

A pessoa que publicou esta foto colocou a seguinte informação (com link da publicação): “Fuck heineken!!! Q merda!!! Essa droga ta patrocinando rinha!!???. Em consequência disso, pessoas entram na onda, sem buscar qualquer tipo de informação com fundamento e já compartilham a imagem, condenando a marca. O outro já comenta (com sua licença, caro leitor, as palavras do autor): Filhas da Puta!!! Operação ninguém mais bebe Heineken!!!” - Oh! Que comentário maduro!

A intenção desta publicação não é defender uma marca e sim, levantar essa questão que bombardeia as redes sociais: a mediocridade, na hora de compartilhar uma informação, sem opinião própria e sem fundamento.

Não é porque tem bandeirolas no estabelecimento, que a Heineken é patrocinadora do evento. A cervejaria fornece seus produtos para estabelecimentos que queiram vende-los. O que acontece dentro do estabelecimento é de inteira responsabilidade do proprietário. As marcas de cerveja, para se promover, fazem propaganda. Isso inclui fornecer material publicitário para os estabelecimentos que as comercializem, tais como bandeirolas, banners, faixas, cartazes etc. Isso não significa que a marca presente, está patrocinando o evento. É como um político corrupto almoçar em um restaurante e aquele estabelecimento ser acusado de atividades ilícitas, julgar que um fisiculturista usa esteroides ou pitbull ser taxado de raça assassina.

O acesso às informações está muito facilitado, mas as pessoas se acomodam e preferem que as mesmas venham até ela. E qualquer que seja a informação, está valendo, seja ela verdadeira ou falsa. E o falso parece ser mais verdadeiro, porque não existe uma procura pela veracidade de tal informação.
A falta de opinião própria, bom senso, análise crítica e conhecimento do assunto faz com que as pessoas queiram se mostrar antenadas, compartilhando qualquer porcaria que circule na internet. Se eu criar uma imagem, com um texto dizendo que uma banda famosa se separou e que o vocalista fará carreira solo, muita gente vai acreditar, compartilhar e, nem ao menos, vai tentar descobrir se tal informação procede. É impressionante, como o comodismo faz com que as pessoas acreditem em tudo.
O pior, é quando uma pessoa, sem opinião própria, adota a opinião alheia. É bem assim: “Se eu não sei o que pensar, qualquer opinião está valendo”.

E sobre essa rinha de cachorros, mesmo que a foto seja de um evento que tenha acontecido em um determinado país, onde a prática é legal e existe incentivo, ainda assim, não tem lógica a Heineken entrar como patrocinadora. É uma marca global. Não iria se queimar no mercado mundial por causa de um evento à parte. Seus maiores consumidores condenam atividades afins. Uma marca grande não faria uma prezepada dessas, pois existe um planejamento muito grande por trás das ações da empresa. Uma marca grande é formadora de opinião. Tem alto valor no mercado. Sabe que todas as suas atividades estão sendo observadas pelo mundo inteiro.
As bandeirolas estão lá, por todo o estabelecimento. E daí? Isso não me diz nada. Para você, diz alguma coisa?

(Atualização) A Heineken se manifestou, quanto à foto que está circulando na internet para a Revista Exame e em seu perfil no Facebook.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Criatividade X (ou seria “+”) Qualidade



Faz tempo que não atualizo este blog. Isso porque não gosto de publicar qualquer coisa que estiver na mídia, bombando nas redes sociais e sendo o assunto do momento.

Conversando com um amigo, eu levantei uma questão que me inspirou a criar este post.
Sou apreciador de cervejas especiais e tenho vontade de criar um estabelecimento que atenda a esse público-alvo.
Aqui em Brasília, ainda existem poucos estabelecimentos desse tipo, mas existem. Lojas de cervejas especiais e bares que tem em suas cartas, cervejas de diversos países, de diversos estilos e preços.
Eu, que sempre compro minhas cervejas (diga-se de passagem, já criei um post sobre esse assunto), não tenho dia, nem hora para degustar. Não pode ser a qualquer momento. Tem que ser quando eu realmente quero saborear uma dessas iguarias seculares. Diria até, milenares.
Então hoje (ok, ontem, considerando que já passa de meia-noite), segunda-feira, resolvi abrir uma cerveja. Eu tenho um ritual para aproveitar ao máximo. Não é o mais adequado, mas é o que resolve e me satisfaz. Escolho a garrafa, preparo o freezer, lavo a garrafa e a levo molhada para o freezer. Acomodo-a bem e a deixo por um tempo, sempre conferindo, virando a garrafa para resfriar por igual e para não deixar passar do ponto. Quando está perto de eu retirar a garrafa, coloco o copo, ou a taça, também no freezer, para que ela gele e fique com aquela camada fina e embaçada. Lindo, isso!
Ao servir a cerveja, preparo a mesa, abro com todo o cuidado, despejo-a no recipiente e aprecio a formação da espuma. Sinto o aroma, saboreio levemente e registro com uma câmera, para não esquecer dessa degustação. Depois disso, busco informações sobre essa cerveja, na internet, com quem entende, para aprender um pouco mais desse universo. Por fim, aprecio sem moderação, pois quantidade, nem sempre é qualidade.


Ok. Já babei nesse assunto, agora vou ao que realmente remete ao tema deste post.
Quando um amigo meu me perguntou: ”fazendo o que?”, falei que estava esperando uma cerveja ficar no ponto para saboreá-la. “Car@#$o! Hoje é segunda-feira!”

Como mencionei anteriormente, para mim, não tem dia, e sim, momento certo.
Por eu apreciar tanto esse universo e por querer, um dia, abrir um estabelecimento nesse segmento, entramos nesse assunto.
Como ele já sabe que eu penso nisso, começamos a falar sobre cursos e tudo mais.
Em meio a tantas digitações, mencionei sobre a qualidade e a criatividade.
Como sou redator publicitário, sempre presto mais atenção nos detalhes criativos. Se vou a um estabelecimento, observo tudo ao meu redor. Olho o teto, as paredes, os enfeites, as mesas, o balcão, cardápio... Fico até parecendo autista, de tão “avoado” que eu fico.
E a criatividade, de fato, atrai as pessoas.
Se um produto não for muito bom, mas tiver uma criatividade muito boa à frente desse produto, vai vender muito, vai atrair muitas pessoas, até que os consumidores percebam que aquilo não é tão bom quando a ideia, mas até lá, vai vender muito!
Agora, quando tem criatividade e o produto realmente é bom, nunca vai parar de vender... Muito!

Um exemplo, dentro desse mundo que estou abordando, é a Kaiser.



Pelo menos, na maioria do território brasileiro (e isso, ao meu ponto de vista), ela nunca foi uma boa cerveja. Aliás, pode-se medir a qualidade pela temperatura recomendada para se consumir. Quando mais estupidamente gelada, pior é! Porque uma cerveja de qualidade, não se deixa quase congelando. A baixa temperatura prejudica o sabor da cerveja. Se a cerveja não for boa, aí a baixa temperatura ajuda... A disfarçar o seu sabor!
Certo... Mas o que a Kaiser tem a ver com isso?
A cervejaria Heineken a comprou e tem feito propagandas, falando que agora é a Heineken que produz a Kaiser. Ainda não me arrisquei a experimentar, mas arrisco a dizer que sua fórmula não mudou em nada... Continua sendo a velha Kaiser de sempre, mas como a Heineken está colocando seu nome em jogo, muitos consumidores passaram a consumir a Kaiser, como uma Heineken mais barata. Até perceberem que não é bem assim (ou até alguém falar), continuarão comprando.
Com isso, a Kaiser aumentou, consideravelmente, suas vendas!

Outro exemplo, é a cerveja Devassa.



Ela foi comprada pelo grupo Schincariol. Até então, não era popularmente conhecida. Apenas para quem buscava algo de melhor qualidade. E, pelo nome, a Devassa já remete à sensualidade da mulher, se referindo à cerveja. Quando esse grupo a comprou, surgiu, tão logo, a versão enlatada (que até então, era só em garrafas) e mais popular, chamada de “Bem Loura”. Vendeu muito, no começo. Até arriscaram a colocar o preço competitivo com as populares mais vendidas (Skol e Antártica, aqui no DF). Mas as pessoas foram percebendo que essa Devassa Bem Loura, não era a mesma Devassa das long necks.
Na verdade, trazendo as suspeitas levantadas por um outro amigo, essa Devassa Bem Loura é, na verdade, a cerveja Nova Schin, com uma “roupagem” da Devassa.
É como se o diálogo entre a Devassa e a Schincariol se resumisse assim:
- Devassa, bem que poderíamos criar uma versão popular, para vender no mercado grande. O que acha?
- Eu não vou diminuir a qualidade dos meus produtos, para entrar nesse mercado!
- Ok. Então, o que você acha de envazarmos a Nova Schin com a roupagem da Devassa? Aí a popularizamos e colocamos o nome de “Bem Loura”.
- Certo. Vocês compraram a marca mesmo. Façam como quiser.
Hoje, o preço dessa Bem Loura já caiu consideravelmente.
E nem vou entrar no mérito da Sandy, porque esse assunto já está mais do que comentado por aí.

Isso é bem próximo da ideia das pastas de dente: “Como vamos conseguir aumentar as vendas de um produto que as pessoas não são tão consumistas? Oras... Aumente o buraco do tubo!” E não é que funcionou (por um tempo)? Lembram-se daqueles tubos antigos, de alumínio, com o buraco pequeno (parecidos com os tubos de pomadas de hoje em dia)?



Pois é... Aumentaram o buraco e, naquele curto momento, em que houve a mudança, os consumidores, acostumados a ter que apertar mais para sair a pasta, consumiram mais rapidamente, as pastas de dente. Isso fez com que as vendas desse produto aumentassem consideravelmente.



Só depois, quando os consumidores aprenderam a usar moderadamente, as vendas se estabilizaram. E isso não é coisa da minha cabeça. Quem falou sobre isso, foi um professor de Marketing que me deu aula na UCB, em 2005/6.

Enfim... O que eu quero dizer, com isso tudo, é que a criatividade, por si só, faz tudo ficar melhor, mas a criatividade, aliada à qualidade, faz tudo mostrar o seu melhor. Mostrar mais do que realmente é, só funciona por um curto período de tempo. No final das contas, quem dita as regras é o consumidor final, pois é ele quem vai dizer se o produto fica ou se é melhor dar uma voltinha nos conceitos do bom gosto.
Mas... Tem público para todas as qualidades e produtos, ou seria melhor dizer, produtos e qualidades para todos os públicos.

terça-feira, 27 de março de 2012

Palavras


Não sou bom no discurso espontâneo, mas me sinto à vontade com as palavras escritas. Me atropelo no relato oral, mas sou livre, na redação, mesmo que em um pequeno pedaço de registro.
Sei proferir palavras prontas, mas é antes de finalizadas, que percebo poder voar alto, com minhas ideias.
Mesmo que ecoem para bem longe, as palavras ao vento, é na forma marcada, que podem durar uma eternidade.

 
E se a ideia for interrompida por um instante ou por um grande pedaço de tempo, como foi agora, ela pode voltar amadurecida para seguir um novo caminho, mais seguro e confiante.
Escrevendo, posso pensar e repensar na forma como irei expor um pensamento.
Uma inspiração precisa ser bem interpretada, senão ela precisará ser reescrita. Uma ideia sempre pode ser melhorada, se pensada e repensada. Mas é escrevendo que, no final das contas, tudo parece ter saído da cabeça naquela única forma... A forma que, para o autor, é a mais perfeita. E mesmo se, depois de tudo isso, o autor ainda não ficar satisfeito, é só começar tudo de novo, pois as palavras não guardam rancor, por si só; elas, simplesmente, se moldam à minha afinidade com cada uma delas.