É engraçado, para não dizer trágico, quando as pessoas não
compreendem o significado correto das coisas e julgam o próximo, como se o
outro estivesse errado.
No transporte coletivo, mais especificamente o metrô, existe
o assento preferencial. Aqui em Brasília, tem o assento azul. Preferencial, não
exclusivo. Significa que têm preferência, pessoas que se enquadrem nas
determinações especificadas: idosos, gestantes, deficientes, pessoas com
crianças de colo. Não significa que pessoas que não se enquadrem nessas
determinações não possam se sentar nos assentos preferenciais.
Imaginem só, se fosse proibido, para pessoas fora dessas
determinações, se sentar nos assentos preferenciais. Em uma situação em que o
vagão esteja lotado, porém, sem nenhuma pessoa com direito ao assento preferencial,
inutilmente, os assentos permaneceriam vazios.
Diferente de uma vaga exclusiva nos estacionamentos. Neste
caso, é proibido que pessoas fora das determinações utilizem as vagas.
Mas, por que essa diferença? Simples. Porque, quando uma
pessoa, fora das determinações, se senta em um assento preferencial, pode,
facilmente, ceder o lugar a outra pessoa. Já no estacionamento, não tem como o
motorista liberar a vaga, tão logo outra pessoa precise utilizar a vaga, a
menos que esteja próximo ao carro.
Quando entro no metrô e só restam os assentos preferenciais,
me sento. Sento-me, mas observo as pessoas que entram a cada estação, para
ceder o lugar a quem precisar. Muita gente tem medo ou acha que não pode se
sentar. Sento-me e observo os olhares. Algumas pessoas, principalmente as
dentro das determinações, que estejam sentadas em outro assento preferencial,
ficam fitando aquele olhar de reprovação. Fazer o que, né? Não sou proibido de
me sentar nesses assentos, desde que eu ceda o lugar a quem necessitar.
Mas já vi gente se sentar e dormir (ou fingir, para não sair
dali). Coisa feia! Certa vez, um rapaz jovem e aparentemente sem nenhuma necessidade
especial se sentou, debruçou sobre sua mochila e dormiu. Foi mais rápido do que
um senhor que estava próximo. Olhei para o senhor, com aquela cara de vergonha
alheia e ele falou: “tudo bem”.
Então, minha gente, assento preferencial não é exclusivo;
pode se sentar sem medo. Mas saiba que a preferência está clara. Quem tem o direito,
deve ter, também, a sua educação.