Ultimamente, quando um político
demonstra boa índole, o povo já o aclama para governador, presidente ou rei do
mundo. Mas será que honestidade é o suficiente para uma pessoa ser um bom
político?
O primeiro exemplo é o deputado
federal José Antônio Machado Reguffe. Muito conhecido em Brasília por sua honestidade, foi contra e recusou
o reajuste salarial fenomenal que os políticos votaram para si, além dos
benefícios e número de assessores do gabinete. Isso deixou muitos políticos
revoltados com sua atitude. É a favor da Lei da Ficha Limpa, ao contrário de
muitos e por aí vai...
O segundo exemplo é o Ministro
Joaquim Barbosa, que vem se revelando nos julgamentos que tem participado, como
os do Mensalão, condenando os envolvidos, ao contrário do Ministro Lewandowski
que, demonstrando sua grandiosa bondade no coração, tem absolvido muitos dos
envolvidos das acusações.
Acostumados com tantos esquemas
de corrupção e tanta notícia de políticos sujos, quando aparece um político
demonstrando o mínimo de honestidade e boa índole, o povo já o idolatra.
O povo de Brasília aclama Reguffe
como o próximo governador do DF e o povo do Brasil já anuncia Joaquim Barbosa
como o próximo presidente da República.
Mas será que o que eles têm feito
é o suficiente para tais cargos? Acho que não.
Um político precisa de aliados.
Um governador ou um presidente que não possui muitos aliados está fadado ao
fracasso. Acabará sofrendo com os golpes de seus inimigos, mais conhecidos como
Oposição. Quando um político que faz
tudo rigorosamente correto, realmente pensando no povo e procurando punir quem
está sujo, mostrando como nossos políticos são corruptos, acaba criando muitos
inimigos, infelizmente.
Não é à toa que os políticos
foram contra a Lei da Ficha Limpa. Quem não deve, não teme. Se eles se dizem
tão honestos, por que temer tal lei? Percebendo que, se fossem contra a lei,
estariam se sujando perante seus eleitores, votaram a favor; mas como tudo tem
que ter uma condição, impuseram que a lei deveria valer somente a partir de seu
vigor, não punindo o passado dos candidatos às futuras eleições. Ou seja: Se
fez merda no passado, o importante é o que virá para o futuro.
Mas ainda assim, honestidade não
é tudo. O político tem que ter malícia e, para adquirí-la, só com muito tempo
de experiência. Com a malícia, se aprende com quem e como deve lidar, a hora
certa para as coisas, quem realmente vai apoiá-lo, enfim, tem que saber vestir
a pele de lobo para não ser devorado, sem perder sua boa conduta. Um bom
político sabe onde pisa.