Fico
impressionado com a velocidade dos parlamentares em aprovar e desaprovar
qualquer coisa que seja de seu interesse. Aumento do próprio salário, dos benefícios
e tudo mais.
A
última foi a legalização do uso das drogas. Agora, não é mais ilegal utilizar e
portar drogas, desde que o porte seja para consumo próprio e desde que não
ultrapasse uma quantidade suficiente para cinco dias. Pô! Cinco dias?! Se o
cara anda com drogas suficientes para cinco dias, imagina o que não vai ter
guardado? Ou será que ele carregaria tudo?
Agora,
vem a outra questão. Quem vai fornecer essa droga “legal”? Os traficantes irão
virar empresários? Vamos encontrar maconha nas padarias e supermercados? Como
fica essa parte?
A
marcha da maconha surtiu efeito... Mas quando a população faz marcha contra a
corrupção, quando os professores, médicos e policiais fazem marcha por melhores
salários e condições de trabalho, ainda são chamados de vagabundos! Aí tiram a
foto de uns professores tomando uma latinha de cerveja durante a manifestação, comprada
de um ambulante que está aproveitando a multidão para ganhar a vida e publicam
na internet, condenando tal atitude.
Fico
imaginando as notícias internacionais: “O Brasil legaliza a maconha. Agora, no
Congresso Nacional, será criado um ‘maconhódromo’ para os parlamentares
comemorarem mais uma conquista.” É... Essa piada não tem a menor graça.
O
que realmente deveria ser levado a sério é arquivado, encarado como assunto
irrelevante, descartado, afinal, político que se preze, não utiliza serviços
públicos, não compra carros nacionais...
Pois
é. Carros. Outro assunto complicado. As quatro maiores montadoras,
estabelecidas no Brasil, pediram arrego para o governo, pois os importados
estavam tomando boa parte da fatia no mercado, com seus carros mais baratos e
mais equipados. Aí, o que o governo fez? Ao invés de diminuir os encargos para
os carros nacionais, aumentou os impostos para os importados, tentando
dificultar suas vendas no Brasil. Isso não ajudou os nacionais, só atrapalhou
os importados. É assim que nosso governo pensa em resolver os problemas? Depois
dessa atitude, o mercado automotivo esfriou e, agora, o governo resolveu
diminuir um pouco os encargos, para tentar aquecer o mesmo. Só que isso é só
uma distração. Temos tantos impostos que, mesmo exportando um automóvel para
outro país, com todas as taxas e transporte, ainda assim, lá fora, os carros
são bem mais baratos do que aqui. Como isso é possível?
E
como, com tantos impostos, com tanto dinheiro que damos ao governo, ainda não
temos os problemas resolvidos? Problemas básicos! Saneamento, saúde, segurança,
educação, boas condições das vias públicas... Onde esse dinheiro todo vai
parar? Bom... Para manter o alto salário dos políticos, temos que pagar altos
encargos mesmo.
Boa
parte disso tudo é nossa culpa, o povo brasileiro, que ficou muito tempo de
braços cruzados. As coisas eram impostas e nós, simplesmente, aceitávamos, até
por não termos outras opções. Mas antes tarde, do que nunca. O brasileiro está
aprendendo a buscar seus direitos. Pelo menos, está aprendendo a reclamar muito
do que não acha certo.
Só
falta aprender a votar. Brasileiro adora fingir que se esqueceu dos erros dos
políticos, quando eles prometem novas melhorias. Principalmente, quando as
promessas vão influenciar diretamente seus interesses pessoais. E quando o cara
está lá dentro, não cumpre com sua palavra. Aí chega um artista, sem bagagem
política alguma, fala umas coisas engraçadas e é o deputado mais votado de
todos os tempos. Uns dizem que esse é o voto de protesto, mas acho que isso não
passa de um tiro no pé. Se for para votar assim, melhor votar nulo. A única
forma de mostrarmos que não estamos satisfeitos com nossos representantes, é
votando nulo, porque aí sim, vão ver que o brasileiro acordou. Não temos que
aceitar tudo o que nos é imposto. Mas é claro que, para exigirmos nossos
direitos, temos que saber correr atrás. E não é apenas compartilhando notícias
pela internet, sem ao menos buscarmos as fontes e a veracidade de tal
informação, que estaremos fazendo alguma coisa de útil.
Para
mudar a cabeça do povo, tem que mudar certas coisas da cultura moderna. Esse
“jeitinho brasileiro” de resolver as coisas não funciona mais. Lá fora, somos
conhecidos por tal atitude. O comodismo ainda é a melhor saída para os
problemas, aliás, é a melhor forma de se enganar. É mais fácil fingir que não
tem nada de errado e não lutar pelos direitos, do que sair da frente do
computador e apoiar movimentos que defendem nossas causas.
E
você? É do tipo que compartilha qualquer coisa ou vai atrás de informações para
criar sua própria opinião?